Asilo-Nurserya.

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Caros,

Chegou o momento de adentrarmos no território compreendido entre a adestração do olhar e a universalidade das metodologias e suas ferramentas para direcionar o pensamento do observador para dentro dos nossos interesses sejam estes de que natureza for. Sabido pelos “mais antigos”*(cortesia do Major Bernardo do CCA-BR) que a minha vertente favorita de criação é a dita como “Gore Art” que nada mais é do que o “repugnante, o violento e o sádico” transformados em “arte”. Aproveitando, vamos tentar entender oque de fato é “ARTE” e oque é “SOBREVIVÊNCIA”:

“Computadores fazem ARTE e os artistas fazem Dinheiro” *(Chico Science)

Os dois pólos:

Tanto já falei sobre eles que para os “mais antigos” chega a soar como uma “metralhadora ponto cinqüenta disparando contra os tímpanos” mas para quem “acabou de chegar” isso é extremamente importante:

O VER:

Nossos olhos, ouvidos, membros e pele são as janelas que nos permitem enxergar o mundo exterior da forma como ele é sem pré julgamentos ou interpretações, todas as pessoas enxergam as coisas da mesma maneira pois nada se adapta a você, tudo vem em sua forma “nua”, e tal inadaptabilidade primária impede que se possa escolher o que será visto ou não =], ou seja, a única maneira de não se enxergar o exterior em sua forma “nua” é fechando as janelas corporais que permitem que tal coisa focada seja vista.

O OLHAR:

O olhar nada mais é do que a forma como nós INTERPRETAMOS  tudo oque chega a nós pelas nossas janelas corporais supra-citadas ou seja a partir do que recebemos podemos formar nosso próprio ponto de vista a respeito das coisas que chegam até nós e dar a elas a roupagem que julgamos mais apropriada, ou seja, ninguém olha alguma coisa de maneira idêntica ao modus operandi de outra pessoa apesar de a similaridade ser algo plenamente possível =].

Dito isso vamos a um pequeno adendo sobre adestração do olhar e tempo:

Faça um pequeno teste com seus olhos: Tente olhar para alguém fixamente por mais de 5 minutos, provavelmente você não conseguirá ou sentirá uma lancinante vontade de desviar os olhos ou mesmo fecha-los. Isso porque os nossos olhos foram treinados a capturar as coisas de forma quase instantânea, é fato que o “imediatismo” agora é uma parte da nossa espécie , o tempo se transformou em algo tão raro e CARO quanto um desses carros feitos “de maneira artesanal ” por fabricantes como Ferrari ou Bugatti. O problema é que isto faz com que o mesmo acabe sendo consumido antes mesmo que nós tenhamos a chance de formar a nossa opinião sobre determinado assunto. Para compreender melhor oque foi dito aconselho que você aprendiz assista ao filme denominado “Janela da Alma” que trata desta questão com maestria.

Dito isso, vamos agora analisar o processo de adestração do olhar para dentro dos nossos interesses. Como existem infinitos conceitos e mensagens que poderíamos transmitir, preferi optar pelo meu favorito *(Gênero Gore) apenas para tornar o assunto mais “confortável”.

Comecemos escolhendo a imagem base do dia:

Repare que por si o semblante do rosto já de certo intimidador mas de forma branda, para um ar de terror, vamos agora escolher uma outra imagem para ser incorporada a esta primeira por fusão conceitual:

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Eis aqui, no gênero “gore” o uso de vísceras é relativamente comum:

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Agora copie e cole a nova imagem sobre a original em forma de nova camada e posicione-a a seu gosto inclusive rotacionando se assim julgar necessário ou mesmo apropriado:

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Feito isso vamos agora a fusão entre estas:

Como o tamanho de ambas é semelhante e a estrutura luminosa tem inserções de luz e agrupamentos de pixel s em regiões relativamente simétricas, o efeito de camada subtrativo denominado “Super exposição” cumpre bem a tarefa:

BIZU: Ambas as imagens tem estrutura luminosa com focos de luz muito específicos em seu centro, sendo a periferia *(extremidades) dotada de quase total ausência de luz ou mesmo preto. O efeito de camada supracitado nada mais fez do que realçar tal vertente. Repare que apenas esta ação já amplificou a agressividade do semblante =]

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Povoar a imagem com detalhes é sempre uma boa pedida:

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Para detalhes com estrutura luminosa superior a pré existente no trabalho, o efeito de camada multiplicar é o ideal na maioria das situações:

Não se esqueça de fazer uso da ferramenta “Borracha” a fim de aparar as eventuais discrepâncias:

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Para anexar detalhes em tons de cinza e com estrutura luminosa rica em luz, o efeito de camada primário*(o que fora utilizado na anexação da primeira imagem )

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Voilà!=]

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Para anexar imagens com multiplas cores e estrutura luminosa contrastante, o que foi dito acima também pode ser aplicado:

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Eis aqui o nosso exemplo concluído ! =]

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Agora que já vimos um bom exemplo de adestramento, vamos a outro com estrutura luminosa rica, sim as coisas mudam meus queridos mas nem tanto=]:

Comecemos escolhendo uma nova imagem com as diretrizes solicitadas acima:

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Neste caso optei por amplificar um dos conceitos internos desta imagem, no caso a “inocência” mas com um ar mais pesado. Para tal farei uso de uma técnica que sempre quis ensinar aqui, chama-se “The patcher” que é fundir imagens menores de maneira semi-simétrica a uma imagem maior, vamos a ela:

Primeiro a imagem menor:

Com a mesma vou criar rachas na pele da moça no balanço:

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Primeiro cola-se a imagem menor sobre a meior em forma de nova camada posicionando-a no local desejado:

Reparem em algo interessante aqui, apesar dos tons diferentes o nível de luz presente em ambas as estruturas luminosas é extremamente semelhante =]:

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Feito isso, aplica-se o efeito de camada denominado “Sobrepor” sobre a mesma=], tal efeito se mostra eficaz ao extremo pelo detalhe supracitado =]:

Agora basta fazer uso da ferramenta “borracha” para aparar as arestas e eventuais discrepâncias =]:

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Feito isso, basta agora duplicar esta mesma camada algumas vezes e posicionar a gosto espelhando se julgar necessário:

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A atenção com os detalhes no uso da borracha é PRIORIDADE para um resultado satisfatório nas partes menores:

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Eis oque temos até aqui:

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Para o vestido nada melhor do que uma estampa que remeta diretamente ao conceito do trabalho não =]? Repare que o efeito de camada é o mesmo *(“Soprepor”):

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Eis aqui:

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Para finalmente alterar o conceito por inteiro, precisamos alterar a estrutura luminosa e coloral do trabalho de modo que as mesmas possam transmitir a mensagem de maneira colaborativa:

O filtro a cargo desta tarefa é o nosso já velho conhecido “Mapeamento Alien” cujo caminho pode ser visto abaixo:

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A fase da saturação e a frequencia da mesma são o caminho para uma redistribuição coloral satisfatória, quanto aos parâmetros de luminosidade uma valoração entre 0,40 e ,080 é o ideal para a frequencia e nula para a fase é o ideal neste caso.

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E assim fica o nosso exemplo =] :

Acredito que a imagem fale por si só.

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Dito isso meus caros, vejo vocês no nosso próximo assunto!

6 comentários Adicione o seu

  1. Leonardo disse:

    Muito legal cara, vc me ajuda muito

  2. Gilberts disse:

    Cara, sua página é fantastica, as melhores dicas de Gimp com certeza, só falta mesmo você deixar rss pra gente poder acompanhar as novas dicas através de leitores de feed…. ae ficaria mais que perfeito..

    parabéns

  3. “Puta merda Razgriz” desculpa a expressão, mas o resultado final de deixou de cara no chão!
    Fantástico.

  4. Cara sua página é ótima tem me ajudado muito em meus trabalhos.
    e essa imagem é q mais eu gosto de fazer, ela é meio macabra e por isso dá um toque muito legal.
    valeu!

  5. Eliana disse:

    Descobri esse blog por acaso, procurando por tutoriais do GIMP e vim parar aqu. Logo no começo percebi a diferença em relação aos outros blogs de tutoriais: você ENSINA não joga as ferramentas aleatoriamente. E isso eu realmente admirei. Quando vi que você também gosta de Gore Art fiquei fascinada! E quando vi o resultado final dessa imagem me tornei sua fã. Parabéns.
    Falando nisso…. Cadê os posts novos?!

    1. phenonart disse:

      Oi Eliana,

      Poxa fico feliz que tenha gostado da visita, os posts novos estão na “casa nova” hehe : http://razgrizbox.tumblr.com

      espero ver você por lá !

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